vamos tocar violão: outubro 2017

O papel da inclusão Digital na Educação Musical

Acredito que a exclusão digital existe em vários níveis. É claro que a pior situação é daquele que não tem acesso de forma alguma, mas a partir do momento que adquire uma aproximação, precisa haver uma orientação das funcionalidades e das várias opções que a internet oferece. Creio que se desprezarmos a reflexão acima, poderíamos até dizer que estamos evoluindo, mas conheço muita gente que apesar de usar seu smart no dia a dia, continua não sabendo utilizar um computador, entretanto a Música pode despertar a vontade deste segundo conhecimento que já é fundamental em nossa vida.

Segundo Matheus Rosa e Victor Barbiere eles dizem que:

“No Brasil, a Constituição vigente, promulgada em 1988, não estabelece o acesso à Internet como um Direito Fundamental, visto que, na época de sua confecção, a Internet ainda passava por seus estágios iniciais de implementação, não sendo acessível para o consumidor médio e, portanto, não apresentando nem ao menos uma fração da importância que conquistou nos dias atuais. Contudo, o artigo 5º, parágrafo 2º, de nossa Constituição enuncia que “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados”

Eu tinha um projeto de música em 1994, digitava as letras em uma “Lettera”(antiga máquina de escrever) como o projeto estava indo bem, resolvi comprar um Pentium 100, uma linha posterior ao 484 e 584, quase 8 anos depois(2002), foi o meu primeiro contato com um computador. Porém, ir além dos acessos aos e-mails e as pesquisas no google, isso só aconteceu com o curso a distância pela Ufscar, quase 11 anos depois (2013), do Letramento Musical a continuação através de centenas de aplicativos praticamente obrigatórios para dar sequência ao curso. Tive que entender sobre formatação de arquivos, de edição de vídeos, e operação com aplicativos como Audacity, Musescore, Cmap tools, postar áudios, trabalhar com gravações prontas (muito bom) e vários outros.

Creio que está aí delineado um caminho, os cursos a distância hoje forçam o aluno a se desenvolver, ou ele não conclui. Cada aplicativo que aprendi a usar eu me senti mais preparado para o que vinha a seguir. Lembrei-me dos vídeos de exercícios de leitura musicais do professor Glauber Santiago, não conhecia e achei os sensacionais para uma aprendizagem divertida,( porque não era), e pretendo usa-los em minhas aulas. Devo ter visto milhares de vídeos educativos em todas as matérias pelas quais passamos. Creio que é fundamental a utilização dos meios tecnológicos para ensinar música.

Embora de acordo com Marina Pitta jornalista da Carta Capital ela diz que:

“O resultado é que, no Brasil, a nona maior economia do mundo considerando o critério do Fundo Monetário Internacional de Produto Interno Bruto (PIB) nominal, apenas metade (51%) dos domicílios têm acesso à internet, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2015 divulgada em setembro de 2016.

E nem todos usam a internet de forma correta, mas mesmo assim não dá pra ensinar música da mesma forma como ensinava há 10 anos, há não ser que professor e o aluno não tenha nenhuma exigência quanto a qualidade, dinâmica da aprendizagem e resultado final. Confesso que entrei bastante defasado em relação a leitura e percepção musical, sabia apenas o possível para passar no concurso, e o professor Glauber, através dos “Maximinivídeos” mostrou que fica fácil e divertido pra qualquer um aprender desde que bem orientado.

Também através do Musescore escrevi grades de 4, 5 instrumentos achei aquilo genial na matéria violão com o professor Pablo, senti mesmo que a minha forma de ensinar nunca mais iria ser o mesmo, foi um crescimento. Nem preciso dizer dos fóruns maravilhosos carregados de informações que ultrapassavam os limites da música. Das trocas de ideias com os colegas.

Da forma como entrei neste curso em relação a conhecimentos musicais e muito pouco de letramento digital, fico muito feliz de ter sobrevivido. Sinto-me um vencedor, embora a faixa de chegada ainda precisa ser ultrapassada.

É Claro que vivenciar aulas de música, é tudo isso e mais um pouco, mas sem dúvidas, já não dá para abrir mão de novas tecnologias que visam facilitar o aprendizado em qualquer área, principalmente Música, nem como professor e nem como aluno.

Estive na Expomusic estes dias para verificar games em relação as músicas, fui só a título de curiosidade, peguei alguns cartões de visita, acho que este casamento é legal. Esperamos que todos os setores da sociedade se mobilizem e projetem um dia uma “Virada Digital”, 24 horas de imersão, com um “Stand para Principiantes” que seria o “Tema da virada”. Com games educativos em todas as áreas, inclusive música. Este seria o primeiro passo de muitos outros para correr atrás do tempo perdido.

https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/a-inclusao-digital-no-brasil-serve-ao-consumo-e-nao-a-cidadania http://irisbh.com.br/acessibilidade-e-inclusao-digital-no-brasil/

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